Falar sobre a Umbanda não é uma tarefa fácil, principalmente, quando há uma diversidade de opiniões, ritualística e até mesmo preconceitos.
A Umbanda assim como o próprio cristianismo e outras religiões, se ramificou: Umbanda traçada com Candomblé, Umbanda branca Umbanda Esotérica,Umbanda Traçada com Quimbanda e tantas outras.
Esses diversos nomes não tiram o mérito da Umbanda de ser uma única Religião, porém, com diversas formas doutrinárias, ritualísticas etc...
Falarei da Umbanda, como a conheço, como me foi e é ensinada. Embora, saiba que muitos não admitam essas ramificações e vejam isso como um ponto fraco, entendo que isso é que a torna rica e culturalmente diversificada. Acolhendo a todos, independente de sua cor, credo, raça, opção sexual, condição econômica, nível social ou de instrução.
A umbanda é uma Religião para todos, com várias nuances mas que acolhe seus filhos de braços abertos, como uma verdadeira mãe. Não falarei de maneira unilateral ou como definitiva, pois tudo evolui, e seu lado mutável, e isso só é feito com o tempo.
Umbanda no Brasil
O africanismo teve sua origem trazida da África para o Brasil, que nos porões dos navios vinham em centenas. Vieram de todas as nações: Nigéria, Keto, Cambinda, Congo, Moçambique e outros.
O tráfico desses negros escravos iniciou-se no século XVI a XIX, são portanto 400 anos de existência da Cultura Negra no Brasil.
O Sincretismo religioso surgiu dentro das senzalas brasileiras, onde os negros transportados para o Brasil, como forma de mão-de-obra escrava não tinham direito a ter família, Religião ou credo.
Os Senhores Feudais os obrigavam a crer na Religião Católica, aceitar a eucaristia e, consequentemente, a adorar santos Católicos. Sem alternativa, eles montavam dentro das senzalas, altares. Faziam o assentamento (montagem com todos os seus adereços e rituais) da divindade africana.
O assentamento era feito no chão e sobre eles era colocado uma pedra. Em cima desta pedra os escravos colocavam o santo Católico que mais se assemelhasse ao Orixá.
E quando chegava a noite, longe dos olhos da Casa Grande, começava a adoração aos deuses africanos. O manto dos Santos caia dando lugar as rezas, cantorias e danças. Preparando assim, os filhos e dando um pouco de esperança ao povo já tão sofrido, cujas raízes lhes haviam sido tiradas.
Com os escravos foragidos e libertados pela Lei Áurea (13 de maio de 1888), começou a montagem de tendas, e posteriormente os terreiros. Os escravos, que em outros tempos tinham que trabalhar às escondidas, agora livres serviam tanto aos de seu povo quanto aos brancos.
Também nessa época, as casas maçônicas e os espíritas de Allan Kardec, já haviam firmado seu lugar e foi no meio dessa conjuntura religiosa dominada por brancos católicos, espíritas e maçons que as raças mais sacrificadas desrespeitadas e desqualificadas pelos brancos (os índios e negros) começaram a dar início à Umbanda.
Já no fim do século passado, médiuns começavam a incorporar almas de escravos e índios que vinham na intenção de servir aos vivos, mas estes espíritos não eram aceitos por que até então não se conhecia o que mais tarde seria chamado Linha das Almas. Mas essas incorporações eram o prenúncio do início da Umbanda no Brasil.
(Mandala da Umbanda)
Primeiro Terreiro
O dia da Umbanda é comemorado no dia 15 de Novembro. Nesta data no ano de 1908, um jovem de apenas 17 anos de nome Zélio Fernandino de Moraes incorporou o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Zélio foi atacado por uma estranha paralisia que a medicina não conseguia curar, um dia levantou-se da cama e começou a andar como se nada houvesse acontecido. Procurando encontrar uma explicação para o que tinha acontecido, procurou a Federação Espírita de Niterói, onde foi convidado a participar da mesa, a sua presença provocou a manifestação nos médiuns, de espíritos que se diziam de pretos escravos, índios e caboclos, e ele próprio pela primeira vez o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Foi imediatamente advertido para que se retirasse pois o chefe dos trabalhos o recebeu como um espírito sem luz. O caboclo, mostrando seriedade e altivez, interpelou quem o expulsava afirmando que ali estava para simbolizar a humildade e a igualdade que deve existir entre os homens encarnados e desencarnados; deixando claro que sua condição de índio não devia servir para diminuí-lo. Diante da insistência do coordenador dos trabalhos para que se retirasse o Caboclo declarou que no dia seguinte iniciaria novo culto e que este seria propagado pelos quatro cantos.
Se julgaram atrasados esses espíritos dos pretos e índio, quero dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho, para dar início a um lugar em que eles poderão dar suas mensagens, e assim cumprir a missão que o pai os confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a paz que deve haver entre todos os irmãos. Não haverá caminhos fechados para mim.
E assim foi feito, no outro dia ele voltou e encontrou diversas pessoas que, sabedoras do ocorrido, tinham para lá se dirigido a fim de se consultarem. Dessa forma, aconteceu a primeira Sessão de Umbanda. Neste dia, também o Preto-velho Pai Antonio se manifestou.
O Caboclo cumpriu a promessa e entre 1918 e 1937 foram fundadas diversas casa no Rio de Janeiro. Em 1920, o movimento começa a espalhar-se pelos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Em 1926 chega ao Rio Grande do Sul o primeiro terreiro de Umbanda, fundado em RIO GRANDE por Otacílio Charão. Em 1932, Laudelino Gomes funda o primeiro terreiro em Porto Alegre.
Texto retirado do livro: Umbanda e Quimbanda de Ety J. Pepino de Aguiar.
(Mandala da Umbanda)
Primeiro Terreiro
O dia da Umbanda é comemorado no dia 15 de Novembro. Nesta data no ano de 1908, um jovem de apenas 17 anos de nome Zélio Fernandino de Moraes incorporou o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Zélio foi atacado por uma estranha paralisia que a medicina não conseguia curar, um dia levantou-se da cama e começou a andar como se nada houvesse acontecido. Procurando encontrar uma explicação para o que tinha acontecido, procurou a Federação Espírita de Niterói, onde foi convidado a participar da mesa, a sua presença provocou a manifestação nos médiuns, de espíritos que se diziam de pretos escravos, índios e caboclos, e ele próprio pela primeira vez o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Foi imediatamente advertido para que se retirasse pois o chefe dos trabalhos o recebeu como um espírito sem luz. O caboclo, mostrando seriedade e altivez, interpelou quem o expulsava afirmando que ali estava para simbolizar a humildade e a igualdade que deve existir entre os homens encarnados e desencarnados; deixando claro que sua condição de índio não devia servir para diminuí-lo. Diante da insistência do coordenador dos trabalhos para que se retirasse o Caboclo declarou que no dia seguinte iniciaria novo culto e que este seria propagado pelos quatro cantos.
Se julgaram atrasados esses espíritos dos pretos e índio, quero dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho, para dar início a um lugar em que eles poderão dar suas mensagens, e assim cumprir a missão que o pai os confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a paz que deve haver entre todos os irmãos. Não haverá caminhos fechados para mim.
E assim foi feito, no outro dia ele voltou e encontrou diversas pessoas que, sabedoras do ocorrido, tinham para lá se dirigido a fim de se consultarem. Dessa forma, aconteceu a primeira Sessão de Umbanda. Neste dia, também o Preto-velho Pai Antonio se manifestou.
O Caboclo cumpriu a promessa e entre 1918 e 1937 foram fundadas diversas casa no Rio de Janeiro. Em 1920, o movimento começa a espalhar-se pelos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Em 1926 chega ao Rio Grande do Sul o primeiro terreiro de Umbanda, fundado em RIO GRANDE por Otacílio Charão. Em 1932, Laudelino Gomes funda o primeiro terreiro em Porto Alegre.
Texto retirado do livro: Umbanda e Quimbanda de Ety J. Pepino de Aguiar.
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